Segundo Idália Sá-Chaves (2000), portefólio trata-se de um conjunto de trabalhos que, através de estratégias de investigação-acção, procuram evidenciar a natureza reflexiva, colaborativa e interpessoal dos processos de construção de conhecimento,… Ao estimular os níveis de reflexão e de consciencialização desses mesmos participantes e ao potenciar a possibilidade de diversificação, aprofundamento e aferição de perspectivas, esta estratégia não apenas contribui para a estruturação intra-pessoal do conhecimento como facilita, se desenvolvida ao longo de um período de tempo, a compreensão dos processos que traduzem o seu fluir. De igual modo, através do uso de portefólios, podem-se tornar reconhecíveis, quer a natureza, quer a importância de que se revestem as relações interpessoais desenvolvidas naqueles processos.
De facto a construção de eportefólios tem hoje grande importância na formação académica e profissional ao longo da vida dos aprendizes. As aplicações informáticas vocacionadas para a gestão de eportefólios, são ferramentas que os professores podem colocar em prática com os seus alunos, “treinado-os” para a construção, a reflexão e a avaliação sistemática do eportefólio pessoal – de utilidade na avaliação contínua do processo educativo do aluno e da auto-avaliação do próprio professor.
Os eportefólios permitem criar hábitos reflexivos sobre o que fazemos e a possibilidade de obtermos contributos de outrem essenciais para a melhoria do nosso trabalho, um eportefólio nunca está terminado, não é uma mera construção do dia a dia, pode ser constantemente reconstruído. O aprendiz constata os seus erros, reflecte e em seguida rectifica-os de forma a promover a sua evolução, permite uma aprendizagem centrada no aprendiz e controlada pelo próprio aprendiz.
O aprendente vive, percebe, constrói e reconstrói a sua própria aprendizagem. Sendo assim, o eportefólio representa uma oportunidade para melhorar a qualidade do processo de aprendizagem gerida e liderada pelo próprio aprendiz.