Integração Curricular das Tic

“The essence of the pencil is that you’ve got it all the time. I can pull it out of my pocket in a moment’s notice; it’s not a big deal. I don’t have to go to a special place. If I’ve got to write something, if I’ve got to calculate something, if I’ve got to draw something to make a point, I’ve got it all the time. It’s a personal instrument, and this is what is going to happen with the digital technology. It’s going to be the pencil of the future.” (Papert, 1999)

Segundo Papert, após o surgimento da escrita, o “lápis” tornou-se um instrumento indispensável na expressão da mesma, causando uma revolução no processo de ensino-aprendizagem, o qual passou para além de verbal a escrito. Do mesmo modo, que o “lápis” revolucionou este processo, o autor defende que os computadores também o farão, constituindo um importante recurso cada vez mais usual.

A técnica pode pensar por nós, e com mais rigor. Esta é a segurança que nos anuncia Taylor. Esta crescente desconfiança no pensamento humano começou ainda no século XIX. Marx retirou-nos o direito de sermos nós os donos do nosso destino, este é propriedade da história. Nietzsche anunciou a morte de Deus. Darwin disse que a natureza é que selecciona as espécies. A livre vontade afinal é uma ilusão, avisou Watson. E para coroar este guião sobre a fraqueza humana surge Einstein que “quanticamente” nos descansou: não vale a pena procurar a certeza absoluta, não há meios absolutos para julgar absolutamente nada. Então não podemos confiar em nada?

Não, numa coisa podemos confiar: na tecnologia. “A máquina tem sempre razão”, esta é uma ideia cada vez mais enraizada em nós, sendo que hoje a “máquina” é o computador.

Este é o ícone da tecnopolia segundo Postman, é a causa do desaparecimento de uma narrativa cultural coerente. O computador aumentou geometricamente o volume de informação que recebemos, mas sem qualquer contextualização que nos permita absorvê-la com sentido. É apenas informação massificada dirigida a todos mas a ninguém em particular. Produzimos computadores que produzem informação que só outros computadores conseguem “entender” porque só estes têm capacidade para processar tamanho fluxo de dados. Perdemos a nossa capacidade mediadora, agora confiada á máquina. Assim descontextualizada a informação não só é inútil como potencialmente perigosa. Há um ditado americano que diz: “A um homem com martelo tudo se parece com um prego”. Se em vez de um martelo o homem tiver um computador então tudo se parece com dados.

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